domingo, 22 de dezembro de 2013

O Mar, o Rio, a Montanha

O cenário é desolador e solitário.

Desolador pelo surrealismo e pela rapidez de todos os eventos. Naveguei uma imensidão de Oceanos. À deriva. Sempre. Nunca pensei em voltar, mas nunca realmente soube onde estava indo. E ainda sigo meu rumo, às cegas, deixando o vento e as ondas me levarem ao meu destino. Desolador por não haver sinal nenhum de terra por perto. E a minha única escolha é continuar navegando.

Solitário pelo fato de não me sentir completo. Acredito que nunca estive tão cercado de pessoas. Nunca conheci tanta gente, nunca tive tantos amigos, nunca me senti tão amparado por outras pessoas. Mas parece que estou imerso nesse mar de rostos. Ainda me sinto sozinho. Ainda sinto como se ninguém pudesse me ouvir. Solitário por lembrar que já não foi. Solitário por achar aquele fio de cabelo há meses escondido no guarda roupa.

Eu estou sempre falando demais, pensando demais, sentindo demais. Em determinado momento, todas as correntes desaguam no mesmo ponto e a água desce da montanha com força o bastante não só pra apagar os incêndios, mas para destruir tudo o que o fogo não conseguiu. E a corrente é sempre ensurdecedora, brutal, implacável.

E é bem verdade que tenho tentado, sem sucesso, falar comigo mesmo. Mas estou sempre falando tão alto que não consigo me ouvir.

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