domingo, 29 de dezembro de 2013

Fôlego

E os corredores estreitos e escuros vão se fechando sobre mim enquanto tento achar uma saída com uma fonte de luz que mal ilumina meus próprios pés. E as dezenas de bifurcações e caminhos a tomar, as paredes sangrando alcatrão e sonhos abandonados. Os amigos, inimigos, santos e pecadores. Você, o fogo descendo a serra, a chuva que vem de repente, a raiva que queima por dentro como fósforo e enxofre.

Já não faz mais diferença. Desatei todos os nós.

Poupo meu fôlego antes de mergulhar nesse Oceano escuro e incerto. Não é mais no seu mar que vou me afogar, são as minhas águas frias que vão me levar até a costa dos mais distantes territórios. É nadar ou afundar e morrer.

Não se preocupe, ainda posso prender a respiração por muito tempo. Meu fôlego dura mais que sua palavra.

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