segunda-feira, 27 de maio de 2013



E então, eu realizei que nós só tocamos nas raízes mais sinceras se alcançarmos o primitivo através das situações que fazem nossas lágrimas caírem, para assim secarem-se com outra percepção; Nos momentos de quedas, bem quando estamos desprovidos de defesa e ataque, é possível ver claramente os cantos do nosso interior que recebem as amarguras daquilo que fere. E só depois do mais necessitado e profundo esclarecimento é que vem a tona a familiarização com o nosso gerador interno, e assim, é possível entender o sentido de todos os sonhos que já foram sonhados e de todo o terrorismo que criamos em nossos pesadelos.   

quarta-feira, 22 de maio de 2013

O Gavião

Já venho querendo escrever sobre isso há tempos, mas não soube como.

A história que relato é tão real quanto simbólica, uma das mais belas metáforas da minha vida até hoje. Então sente-se e prepare.

Eram sete e quarenta e cinco da manhã. Uma segunda feira, 29 de Abril desse ano. Eu subia para o trabalho como faço todos os dias úteis. Passada larga, um cigarro na boca e os fones nos ouvidos. Estava razoavelmente frio aquele dia, então levei também meu casaco.

Eu sempre passo por uma praça indo para o trabalho. Reduto de moradores de rua e usuários de droga. É bem suja e mal cuidada, não é um lugar nada agradável, mas como nunca liguei pra isso, continuo passando por lá até hoje.

E nesse dia, eu subia as escadas quando me deparei com algo, no mínimo, inusitado: um Gavião, de pé, na grama. Entre nós, menos de 3 metros de distância. Parei e quase deixei o cigarro cair da boca. Eu moro numa cidade grande, já vi Gaviões no céu, mas nunca tão de perto. Era o animal mais inusitado no lugar mais inusitado. Parecia que não era real.

E ali eu fiquei, encarando a ave e ela encarando de volta por alguns momentos, não sei quanto tempo ao certo. Quando pensei em fotografar o animal ele resolveu levantar vôo e desapareceu por entre as árvores.

Fiquei reflexivo o dia todo.

Todos os dias eu passo por lá. Dezenas de pessoas, talvez centenas também o fazem. E por pouco a belíssima ave não passa despercebida.

Isso me fez pensar: quantas pessoas não passaram por ali sem ver o animal? Quantas pessoas entenderiam isso que eu to dizendo? Onde está um pouquinho da nossa sensibilidade.

Pare e pense: quantas coisas belas da vida passam diante de teus olhos todos os dias e você simplesmente não as percebe?

Quanto de nós ainda vamos ter que perder pra aprender a ver o que realmente é importante?

E os anos vão passar, as coisas vão mudar, pessoas vão entrando e saindo da minha vida, mas eu nunca vou esquecer do Gavião que me fez parar por dois ou três minutos naquele dia pra tentar entender a beleza das pequenas coisas.

Agora eu entendo.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Eu ganhei, você perdeu

Sim, é disso aqui que estou falando.

E sim, eu estava perdido, eu tinha saído "por baixo" mesmo depois de tudo que aconteceu. Mesmo não tendo culpa alguma, eu me culpei.

Eu jurei pra mim mesmo que não escreveria mais sobre isso, mas precisava por um ponto final nessa questão.

Eu estive a beira da loucura. Nunca me senti tão perto de cruzar a linha da sanidade como em Março deste ano. Qual o limite que diferencia o ato de juntar os cacos e recomeçar a vida ou meter uma bala na própria cabeça?

Onde fica o limite entre algo que te machuca, mas te fortalece com o tempo ou algo capaz de destruir o senso de empatia humano?

Eu cruzei essa linha, mas voltei pra dizer que do lado de lá as coisas são bem diferentes. Uma vez que se cruza a linha amarela, nada mais continua sendo a mesma coisa.

Do outro lado existem pensamentos que você jamais imaginou que pudesse ter, enfrenta medos que jamais pensou que ainda estivessem vivos. Dentro da minha cabeça, procurei o caminho dezenas de vezes, me perdi no labirinto de frustrações acumuladas.

Auto Avaliação. Auto Crítica.

Ás vezes, é necessário destruir todas as suas convicções pra voltar a ser convicto de alguma coisa e foi o que eu fiz.

Não tenho mais medo da vida. Ainda vou pagar o preço de tudo aquilo que deixei que fizessem comigo, de tudo aquilo que me ficou engasgado e eu nunca disse. Ainda vou pagar o preço por meu senso de auto-punição. Mas não vou mais retardar o meu próprio progresso, hora de quebrar as correntes e as grades que coloquei à minha volta, hora de virar tudo de novo. Hora de por fim a esse ciclo vicioso de culpa e subestimação, de fracassar pelo medo de fracassar, de desistir sem tentar.

De uma vez por todas: me nego a ser menos daquilo que eu posso ser.

Vou reparar tudo que for necessário por aqui, vou limpar a sujeira, recolher os cacos e começar tudo de novo. Porque eu ainda tenho a coisa mais importante: minha vontade fazer alguma coisa grande.

Agora o jogo finalmente acabou, eu ganhei, você perdeu.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Blackjack: Agradecimentos

Em forma de agradecimento, resolvi marcar TODAS as pessoas que me parabenizaram no dia do meu aniversário. Como vocês sabem, eu não sou muito ligado a datas comemorativas, mas vocês hoje fizeram meu dia muito especial. Não lembro quando foi a última vez que fui lembrado por tantas pessoas nessa data e faço questão de agradecer individualmente a cada um de vocês. Porque o bem mais precioso que temos é o amor de quem nos quer bem.

A lista é extensa, tá com preguiça de procurar? Dá um CTRL + F e pesquisa seu nome.

Letícia Custódio (Mongol): Começo por você por ter sido a primeira pessoa a me mandar uma mensagem e também a última (já que li sua carta agora há pouco). Sou muito grato pelo momento que entrou na minha vida. Raras foram as pessoas que chegaram e conquistaram espaço tão facilmente. Te conheço há dois meses e já é uma das pessoas mais importantes da minha vida. Se estou me recuperando de tudo, devo isso a você. Muito obrigado por me contrariar sempre que me subestimo, muito obrigado mesmo. E se é pra cair, que seja de pé, que seja junto, que seja "pra cima". Eu te empurro, você me puxa, a gente se ajuda e ambos chegamos lá. Prefiro fracassar contigo do que ter sucesso sozinho.

Zilda Arcaro: obrigado pela Ligação Zilda (que foi a primeira que recebi). Você é outra pessoa com a qual me identifiquei muito rápido. Obrigado pelos conselhos sóbrios, pela sinceridade e por quebrar essa coisa besta de que madrasta é sempre má. Você já conhece minha sinceridade e sabe que falo do coração: você é um exemplo de pessoa que resgata o sentimento de empatia em cada um. Admiro muito sua inteligência e sua honestidade.

Lucas Rosado (Doda): A terceira pessoa a me parabenizar é meu amigo mais antigo. Você sabe que é e sempre foi da minha família, meu irmão de outra mãe. Me orgulho de ver o tanto que amadureceu nos últimos anos e queria deixar claro quanto foi importante ter me levado pra São Paulo, serei sempre grato a você que corre por mim hoje e sempre.

Celso Prado: sei que já tivemos nossas diferenças, mas me orgulho de te ter como pai. Sempre admirei sua inteligência, seu criticismo e sua forma única de ver as coisas. Sempre precisamos de pessoas como ti, que abrem nossos olhos para as coisas que não conseguimos enxergar. Vou guardar pra sempre as valiosas lições que vem me passando desde sempre. A principal delas, a mais recente: deixar de ter medo da vida. Amo você pai, espero nunca te desapontar.

Cláudio Ferreira: É verdade que a gente se distanciou bastante nos últimos anos, mas continuo a considerar um amigo vital. Sempre com seu alto astral e suas piadinhas tão sem graça que são boas. Exemplo de responsabilidade e maturidade pra toda a galera, agradeço sempre pelas caronas pro Alf e pelas tardes no Habbibs.

Poly Pavani (gordelha): Sejamos francos, não há tristeza que não se cure com meia hora de conversa com minha irmã caçula. Seu astral e seu bom humor tornam tudo melhor. Não tem como ficar sem dar risada contigo (ou passar vergonha em público também). Saudades de ti, espero que esteja feliz onde está agora. Assim que puder, faço questão de te visitar e relembrar as madrugadas no McDonalds e os golzinhos xexelentos no FIFA.

Vó Edina: Não existem palavras pra agradecer à você. Sua benevolência e seu espírito guerreiro são capazes de cativar qualquer pessoa além de seu carinho com todos e sua irretocável habilidade de ser avó e mãe pra todos nós. Sem falar no seu espírito de juventude de invejar muitos jovens. Acho que digo por todos os netos: Vó melhor não há! Obrigado!

Tias Maria Inês, Maria Regina e Maria da Graça: se eu tenho um pouquinho assim ó (faz com os dedos) de cultura e senso crítico, devo muito a vocês três. Peças fundamentais na minha formação intelectual, pessoas de extremo bom gosto e de uma riqueza intelectual magnífica. Embora a Maria da Graça não tenha me parabenizado formalmente, tenho certeza que se lembrou e ainda há de fazê-lo. As melhores aulas que tive foram com vocês na mesa dessa sala jogando buraco. Espero poder retribuir tudo isso um dia.

Icaro Prado: o primo mais brother e corinthiano/maloqueiro/sofredor. Contigo não tem tempo ruim, sempre com os papos cabeça e discussões sobre futebol. Também sempre disposto a dar uma forcinha quando necessário, sempre na luta sem esquecer dos irmãos. Ainda esse final de semana prometo que tomamos uma gelada pra exorcizar o stress do dia-a-dia.

Beatriz Prado: não é Corinthiana nem sofredora, mas é ainda mais maloqueira. Sempre me fazendo dar risada com seus funks medonhos. A Zoerage tem que ter limites fí, Jesus tá vendo essa exaltação toda aí.

Júlia Mariano: não minto pra você nem pra ninguém, ainda tenho mágoas contigo, tenho um débito difícil de quitar. Mas prefiro lembrar das coisas boas, daquela cumplicidade, da nossa afeição quase infantil, do nosso crescimento pessoal. Não fui só eu que corri, só fui o primeiro a dar a cara a tapa. Guardo com carinho o 2011 que me proporcionou. Devo a ti o melhor ano da minha vida. Espero que lembre-se de tudo aquilo que aprendeu enquanto estivemos juntos, de todos os diálogos e ainda mais: espero que se encontre. É difícil, eu sei, mas acredito que conseguirá cedo ou tarde.

Suelene Campos e Júlio Mariano: Serei sempre agradecido a tudo que me proporcionaram nos últimos dois anos. São pessoas como vocês que me fazem crer que ainda há bondade no coração do ser humano. Desde o começo, abriram as portas pra mim, me trataram como filho e os considero como meus pais. Levo vocês pra sempre no meu coração.

Wanessa Fortes: Somos bastante diferentes não é mesmo? Nem esperava te ver nessa lista já que nunca fomos muito próximos. Embora tenhamos muitas divergências nos nossos pontos de vista, deixo claro que admiro a forma que defende suas convicções, sua sinceridade, seu caráter e sua nobreza ao lidar com os amigos. Não é pra fazer média não, te considero um exemplo de pessoa verdadeira que fala o que há de ser dito, doa a quem doer. Característica rara nesses dias. Continue sendo essa mulher de fibra que tu és.

Yuri Vittori: eu sei que não tá muito de bem comigo magro, mas bota uma coisa na sua cabeça: tu sempre foi e sempre vai ser um dos meus melhores amigos. Rolê sem você não tem a mesma graça. Tu tens um coração gigantesco e uma boa vontade de dar inveja. Sua disposição pra me ajudar sempre foi acima das expectativas. Espero que não fique ressentido comigo, ninguém nunca vai tomar o seu lugar como amigo e irmão. E eu admito que invejo seu gosto musical e sua facilidade pra tocar.

Moa Agulhó: "Punk que é punk encoxa a mãe no Tanque". Uma das poucas amizades da net que eu consegui manter sempre. Dá saudade das sacanagens na comunidade, dos debates acalorados e das trocas de ideias sobre músicas. Se um dia colar pra cá, faço questão de sentar e tomar umas contigo. E lembre-se que estamos sem baixista... Fica a deixa.

Maíra Medeiros (cabeçuda): Você salvou meu terceiro ano cara. Lembro de como foi irritante ter que traduzir aquela música do Jason Mraz pra você vinte mil vezes no ônibus indo pra São Paulo. Acabei decorando a letra e sempre que ouço, lembro de você. E você é a única pessoa que me faz sentir saudades da escola. E embora distante, vou pra sempre te considerar uma das melhores e mais próximas amigas que já tive.

Bárbara Pavani: Será que a gente concorda em alguma coisa? Difícil não discutir contigo, seja lá qual for o tema. Mas diferenças à parte, admiro muito sua inteligência e convicção. Um dia ainda desço para as quebradas curitibanas pra infernizar sua vida. E pra mim, tu vai sempre ser "meia-nega".

Karina Fogaça: Eu já disse isso bilhões de vezes, mas volto a repetir: sinto MUITO, MUITO mesmo por ter me afastado de ti. Sempre considerei sua amizade essencial, sempre cativei isso em você e agi errado contigo, me perdoe por isso. Se voltamos a nos falar é porque você confirmou a minha ideia de que sempre teve a cabeça à frente da sua idade e sempre agiu com mais maturidade do que eu mesmo. Não tem problema se seus votos foram um pouco atrasados, fui eu que atrasei toda a nossa amizade. Só posso dizer que quero recuperar o tempo perdido e não sumir mais da sua vida.

Márcia Pavani: a última pessoa é aquela que é mais importante desde sempre. Não há ninguém que eu ame mais no mundo do que você mãe. Minha amiga de todas as horas, sempre ali, sempre junto. Pra desabafar, pra ajudar, pra consolar, pra dar risada e beber junto sempre que possível. Você é a pessoa que sempre acreditou em mim, foi de ti que herdei meu caráter, meus valores e parte do meu gosto musical privilegiado. Me admira você ser tão pequena e tão forte, me espelho nisso desde sempre. Te amo mãe! E manda um abração pro Japa, um cara que eu gosto demais, sempre sossegado e bem humorado apesar da cara de mau. Sempre de bem com todo mundo e causando com a latinha na mão.

Blackjack

São 21 Outonos.

Vinte e um ciclos que se completam, vinte e um versos, vinte e uma perguntas, vinte e uma canções. São vinte e uma histórias, vinte e um risos, vinte e um choros.

E só consigo pensar em uma coisa: como queria que estivesse aqui.

Já são seis aniversários sem você. Queria te contar tanta coisa...

As coisas vão melhorando a cada dia, ontem fui dormir com um vasto sorriso no rosto e ainda acordei com ele pela manhã. Vim trabalhar (sim, estou trabalhando) animado e concentrado. Percebi que eu estava priorizando as coisas erradas, as pessoas erradas. E também percebi que sou uma pessoa de sorte, tenho amigos verdadeiros como você, coisa rara hoje em dia.

Se existe um céu (e claro que você está lá se existir), tenho certeza que foi você que mandou essas pessoas pra minha vida.

Hoje sinto sua falta como sinto em todos os aniversários, em todo Natal ou Ano Novo. Mas hoje estou feliz por ser a primeira vez nesse ano que acordo com vontade de levantar da cama. Queria que estivesse aqui pra compartilhar contigo minha evolução e amadurecimento.

Obrigado irmão, por tudo.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Quer saber?

Você está certa, essa raiva não vai me levar a lugar algum.

E no final, não me arrependo de nada.

Cresci, vi, vivi, venci e perdi. Fiz o que pude, nunca pensei em desistir. Não é minha consciência que me tira o sono, ela está limpa como sempre esteve.

Ainda me lembro disso e a promessa que fiz pra mim mesmo ainda está de pé. Eu pude mantê-la intacta mesmo nos momentos mais difíceis.

Todo mundo tem cicatrizes, não olhar pra elas não muda o fato delas estarem lá.

Então guardo tudo aquilo com carinho, não vou fingir que não fui feliz. Eu fui. E serei de novo, do jeito que eu quiser. Mas minha memória é precisa, sei do começo, do meio do fim e vivo o recomeço. Visitarei o túmulo sem desenterrar o cadáver, sem vandalizar o sepulcro e sem tentar cravar outro nome na lápide.

Convicção, mais uma vez, 2 anos e meio depois do dia que comecei a correr riscos pela primeira vez. Não é o mesmo tipo de risco, nem o mesmo tipo de convicção, mas é a mesma vontade ir e fazer acontecer. E não é só você que tem medo do fracasso. Eu também tenho.

E outra coisa, Einstein disse que "Deus não joga dados". E eu também não vou jogar, não preciso chegar a esse ponto.

Porque todo mundo é descartável, sou prova viva disso. Mas ninguém é substituível, não preciso provar isso pra ninguém.

E depois de quase 21 anos, percebi a raridade do meu caráter. 

Acredite se quiser, eu existo. Obrigado por me lembrar disso mais uma vez.

E ainda quero o meu corte de cabelo. E o meu cachorro quente.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Eventualmente

A vida não deixa de me surpreender.

Nunca imaginei encontrar um conforto espiritual tão grande a essa altura da vida. É incrível encontrar prazer nas pequenas coisas. Felicidade é um trago no cigarro como exorcismo. Ainda tem coisas dentro de mim que eu quero matar. A minha constante renovação de conceitos e ideias vai me moldando a cada dia naquilo que nunca desejei ser, mas sempre precisei. Minha auto estima nunca foi alta, é verdade, mas agora sinto que existe um caminho a ser traçado que não é necessariamente solitário, mas que precisa só de mim mesmo.

Eu quero e sei que posso.

Uma vez lá, tudo tende a se encaixar, a melhorar eventualmente.

Eventualmente.

Uma palavra que me persegue desde muito tempo já, talvez pelo que ela representa pra mim.

"A vida segue", todos dizem. É fácil quando não se acorda com ratos em cima de você. É fácil quando você só precisa se fingir de vítima. Mas eu encontrei meu caminho, epifanias de manhãs de Domingo.

Porque seguir em frente é mais do que tentar provar pra todos que está bem, mas sim provar pra si mesmo que não está.

E principalmente entender o que falta no quebra-cabeça da vida. E como achar a peça desaparecida. E como montar a porra toda.

Chega de olhar pra fora, hora de olhar pra dentro.

domingo, 12 de maio de 2013

Stabber


You pulled the dagger and you were stabbing, yeah you're stabbing me
I cant' believe in what you're saying though i'm the one who sees
I'm stitching all the wounds and cleaning all the blood in pain
It's up to me to learn to never turn my back again

And if i could decide i'd choose to forgive you all
but the anger and fear won't let me do, somehow
I still find faith and strenght to go on and stand on my feet
While you're still looking for me inside someone else's dream

You've just shattered my door, i didn't invited you in
And now i'm writting this letter, just trying to achieve
I'm soaked in gasoline, trying to scare the cold
And before sparking the matches, remember what i've told:
"The cold winter came in because you've broke that door
Since that day i've decided you don't step here anymore"

Already changed my locks
And even chained my gates
To never let you in
to never let me escape.

sábado, 11 de maio de 2013

Sufocado.

O incêndio na mata avançou muito rápido. As labaredas altas e chamas vorazes engoliram até mesmo a copa da mais alta das árvores. O fogo desceu a montanha rumo à cidade, trouxe com ele pânico, medo, caos e destruição.

Em pouco tempo, as ruas estavam vazias, tomadas pela fumaça, mal se podia enxergar. A fumaça queimava o nariz e irritava os olhos, então todos fizeram seus caminhos para dentro das casas.

Como uma neblina de incertezas, o antes simples ato de cruzar a rua se tornou um desafio imenso. Uma irônica metáfora com o que acontece na minha mente onde a fumaça me sufoca e não me permite enxergar. O que antes era simples agora torna-se cada vez mais difícil.

O fogo consumiu tudo que pode até a chuva cair e matar cada foco do incêndio resfriando o solo e purificando o ar. A fumaça dissipou-se em pouco tempo, as nuvens foram embora e o céu azul surgiu como que para lembrar a pureza que só somos capazes de reconhecer ainda crianças. Mas a chuva não reparou os danos do incêndio, a floresta tornou-se uma montanha de cinzas, os telhados das casas tomados pela fuligem, as estradas e ruas interditadas.

Espero ansiosamente pelo dia em que a minha chuva venha para apagar o fogo, lavar as calçadas e dissipar a fumaça dentro da minha cabeça para que eu possa arrumar a bagunça que o incêndio causou, consertar as casas, reflorestar a mata e respirar um ar mais puro. Mas em momento algum vou deixar de pensar o que mais tenho pensado:

Deveria ter te deixado sufocar na fumaça quando tive a chance.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

The King, the crown

Where's the passion or the pleasure?
That old feeling we couldn't measure
Encrypited messages from old vultures
Blackmailed letters from the future

Those foundations seem to rust each day
They cannot be rebuilt or destroyed
They'll be the founding stone
Of the day the king was discarded

And i can't cope its killing me
The smoke blocking any sign of clarity
Confusion, illusion and no conclusion
A masterpiece witch represents my ambitions

When did you become my enemy?
Tell me when it happened and how you did it
Because it's been hard to believe in it

Every battle has it's winner, but both sides hold their casualties.
Even when the winner is singing proud spilling vanities

Is your talking just a tool that keeps you safe from what you do
or just a bitter melody playing while i'm hearing the whole truth?
What have i become? How did i get this sort of hate?
Is it just irony playing dirty
Or my total lack of faith?

It's not the softest dreams
neither sound or sight unseen
Not the smoke nor the darkening
Neither scenery, park or building
The king is old and ill but far from dead
It's hard to breathe but still the crown over his head

And he holds one last lesson
His last precious advice
"What you're carrying in your heart
Can't be hidden from your mind."

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Sweet miserable attitude of mankind, you make me laugh at night....

2000 - A era dos mortos vivos.

Sob a Lua dos Mortos Vivos a escuridão devasta o campo da visão humana e iluminam-se histórias sobre terríveis vírus que devastam e sujam o Planeta com sangue rápido e fresco; Ameaças nas profecias lendárias da volta dos mortos à Terra, que caminharão tão frios e imortais quanto seus corpos putrefatos e seus corações a procura de vida em outros humanos; E o medo de que as podridões ressurjam dos túmulos para desequilibrar a raça humana que está desprovida de suas próprias proteções, por viverem adaptando-se no foco supérfluo das aparências, crescendo-se em uma frágil linha construída para proteger seus cheques morais.
Sob a Lua dos Mortos Vivos não mais há barreiras que separam nossa Esperança da Morte. As realidades grotescas tornam-se verdades, e verdades quando misturadas com a grosseria das destruições gratuitas, já não mais podem ser distinguidas do fim de todas as coisas,  por fim, deixando nossos corações, já vazios, sem noções de limites ou ordem.
Sob a Lua dos Mortos Vivos estende-se uma fila corações que batem desesperados por salvação. Procuram por salvação na hora do horror, pois o ato de salvarem-se sozinhos nunca foi viável no mundo das relações. Passaram a vida desconfiando de suas verdadeiras inteligências por ser mais curto o caminho para confiar mais em alheios, que nem mesmo sabem para onde olhar. Nunca antes foi preciso reconhecer, por ultima lei de sobrevivência, reconhecer a solitude como a vida criadora que mantém toda a máquina-humana individual funcionando, sem apoiar-se em outra.
Sob a Lua dos Mortos Vivos o Medo sai das profundezas da Terra e espalha-se no ar, contagiando o campo da imunidade que o humano acreditou ter, rompendo os laços da solidez mútua e forçando-o a respirar por mais uma vez antes de encarar o provável e mortal desconhecido novamente.
Sob a Lua dos Mortos Vivos acontece tudo o que você não quer e não espera por. Sua raça, amigos e familiares podem ser mortos e seus castelos comprados com a vida inteira de trabalho inútil podem acabar desolados de manchas vermelhas e nada habitáveis.
Sob a Lua dos Mortos Vivos são contados os mais amargos e mortíferos contos que deixam os sensíveis ás emoções e cego ás ilusões de conforto, com os pulsos paralisados, os olhos esbugalhados de uma tristeza precoce, e os lábios secos de qualquer fé. Até que os contos terminem e finalmente possam respirar e sentar-se em suas poltronas fofas mais uma vez, sussurrando para a sua agonia, agora negada: "Está tudo bem, foi só um conto."
Sob os contos de possíveis devastações de horror, amenizam-se toda a dor do cotidiano eterno, e dela brota-se a esperança para mais um dia de vida naqueles que são desesperados por apoio e comoção; Naqueles que nunca estarão prontos para enfrentar a presença da morte, pois falsamente nasceram fechando os olhos para o dia em que ela chegará, por estarem ocupados demais comprando teorias sobre a vida, segurando-se em conclusões inacabadas sobre suas próprias futilidades, assegurando-se que tudo está bem enquanto seu físico permanece intocado, e nada mais no mundo importa na hora da auto benevolente epifania.
Sob a Lua dos Mortos Vivos, os que estavam mortos ressurgirão para levarem consigo o que já estão mortos em vida e mostrarem para a comunidade democrática que o que nela se foi assegurado, plantado, colhido e construido em mármore e papéis, não foi o suficiente para fazer dela uma boa história para ser a vitoriosa.