segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Por um segundo

E levantou, cheio de confiança. Esqueceu do seu jeito introspectivo, da suas vestes relaxadas, da forma como parecia que iria tropeçar ao andar, da forma física nada exemplar, na aparência nada sedutora. Nada disso importou. Atravessou o salão e tirou ela pra dançar.

E ela aceitou.

E noite adentro dançaram como se não houvesse amanhã e ele guardou pra si aquele momento mágico. Aquele momento onde a ficção parece ser real, onde o idealismo vale a pena, onde as aparências não valem tanto. Por um segundo ele sentiu que o amor poderia existir de verdade como nos filmes e nos livros. Um pequeno momento entre segurar a mão dela e tirá-la para dançar até o fim do baile.

O mundo se coloriu uma vez, só uma vez. E ele pode se iludir pensando que tudo teria um final feliz.
Então chegou a manhã de Domingo e ele voltou pro mundo real.

E só.

Nenhum comentário:

Postar um comentário