quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Cul-de-Sac

Então, aqui estamos.

Mais uma vez, presos a esse caos planejado onde todas as ruas não levam a lugar algum. E rodamos por muito tempo por essas ruas, queimando todo o combustível e tempo que tínhamos, passando por centenas de casas que parecem todas iguais, presos nesse labirinto suburbano. O gueto ganhou água encanada, esgoto, asfalto, luz elétrica, mas segue como o reduto de todos os desajustados, prisioneiros de suas casas pré-fabricadas, padronizadas, simetricamente construídas em loteamentos labirínticos, onde ruas levam a lugar nenhum, como uma metáfora que diz que jamais sairemos daqui.

É isso que eu sou, e disse desde o início. Uma estrada que leva a lugar nenhum. No final, só haverá um balão de retorno. A única opção, será voltar pelo mesmo caminho que veio. Ou então parar sem chegar em lugar algum. Todos já desistiram, ou pelo menos foi o que você disse, então não vou mais me preocupar em alertar ninguém. Não preciso colocar uma placa numa rua que todos sabem que não tem saída.

A escolha entre continuar ou não é sua. Mas você nunca poderá dizer que não sabia onde essa estrada iria te levar.

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