sábado, 29 de junho de 2013

Remetente não existente - Destinatário não encontrado.

Olá!

Fazem seis anos que eu te conheci. Pelo menos 3 desde quando comecei a escrever. Mas nunca te coloquei em algum verso ou estrofe.

É diícil escrever de ti porque te conheci pouco demais para te definir, mas o bastante para nunca mais esquecer.

E é certamente a única pessoa que estou certo de que nunca vai ler essa carta.

"Talvez em outra vida quando nós dois formos gatos.

Talvez. Só queria te dizer que aquele desconforto todo já não existe mais, acabou o encanto e a fascinação. Todo aquele desejo e fruatração. Mas também queria deixar claro o quanto marcaste minha vida nesses últimos anos ajudando a esculpir quem sou hoje.

Deve ser estranho ter um papel tão importante na vida de uma pessoa que você desconhece até mesmo o sobrenome. Nem mesmo aquele café que tantas vezes combinamos nunca deixou de ser apenas um plano. Sempre serei o garoto desajustado e preguiçoso do fundo da sala de quem você só se lembraria caso alguém comentasse.

Venho a escrever sem saber porque e entendendo que essa mensagem nunca vai chegar a você. Só quero te agradecer. Sem o mal que me fez involuntariamente, jamais teria crescido e amadurecido de tal forma. E provavelmente nunca descobriria a paixão que sinto pela escrita. E jamais valorizaria a vida como hoje o faço.

É uma pena que eu não exista pra você. Penso que hoje teria algo a ensinar, algo para recompensar aquilo que fez - mesmo sem saber - por mim.

Porém confesso, ainda existe um perverso e deturpado romance em não ser ninguém para alguém que me definiu tanto. Beleza rara de uma relação de admiração de via única por mais que inviável. Ainda te levo comigo embora não saiba disso. É uma forma de não esquecer o que mais preciso lembrar.

Obrigado por tudo, pelo bem e pelo mal,
Ninguém.

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