terça-feira, 12 de março de 2013

Ratos

Abro os olhos. Assustado, tento controlar minha respiração enquanto tento me localizar. Meus olhos se acostumam com o escuro, consigo perceber o quarto, a cama onde estou deitado e o suor que escorre na minha testa. Foi um pesadelo, mais um.

No pesadelo, que venho tendo há semanas, são centenas deles: ratos enormes e feios, de pelos acastanhados e olhos vermelhos. Eles estão em todo lugar: no chão, em cima da mesa, dentro das bolsas, debaixo do cobertor. E até nos lugares mais estranhos: dentro dos livros, dentro do vaso, saindo dos quadros...

Num dos sonhos, alguém chega perto de mim, parecendo passar mal. Então o sujeito vomita no chão, mas ao invés da asquerosa mistura de ácidos gástricos e alimentos quase digeridos, uma cascata de ratos cai no chão de dentro da boca do elemento.

Eles correm sem sentido, sobem nos meus pés, me amedrontam. Eles não me fazem mal algum, apenas correm de um lugar pro outro, mas me deixam arrepiado. Eu tento andar, meus pés parecem fixados ao chão, entro em desespero.

Os ratos estão ali pra me alertar, pra fazer lembrar.

Limpei sua casa, consertei as goteiras, fechei os buracos para que os ratos não entrassem. Então eles vieram  até a minha casa me assombrar.

Souvenirs que você deixou pra mim, os ratos correndo na minha cabeça, infestando  meus sonhos, me impedindo de dormir.

"Parece que temos um vencedor!" - Alguém diz ao fundo em tom sarcástico.

Ignoro, tento voltar a dormir, viro de um lado pro outro enquanto digo pra mim mesmo que você é o menor dos meus problemas.

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