quarta-feira, 6 de junho de 2012

Efermo.

Nas noites de insônia, inquieto e inseguro. Na cama, soterrado debaixo das cobertas, a cabeça enterrada no travesseiro, porém muito distante de onde os olhos podiam alcançar. Olhos que viam somente o que permitia a escuridão, interrompida somente pelo feixe de luz que entrava pela fresta da porta. Mas viam o bastante para enxergá-los.

Malditos inquilinos da noite, no pé da cama, dentro do guarda-roupa, e na janela. Com suas mãos gélidas e ásperas, asquerosos e renegados pensamentos deixados para trás na putrefação. Mortos. Pelo menos era o que pensava. Por mais que se esforce para que não te sigam até sua casa, eles acham o caminho, eles sempre voltam para te atormentar nas noites frias.

Já próximos de mim, podia observar as órbitas vazias de seus olhos que nada mostram, nada escondem, mas hipnotizam de maneira surreal a ponto de me deixar paralisado. O que eu vejo é real? Eu duvido: a barreira entre a loucura e a sanidade foi quebrada há muitos anos debaixo da chuva.

Com a voracidade de sempre, eles invadem meus sonhos e se tornam donos daquilo que um dia foi meu. Já não respondo mais por mim - deveria em algum momento?

Eles voltaram.
Até quando eu não sei.

Sei que em algum momento irão embora. Mas eles sempre deixam lembranças da visita.

Nenhum comentário:

Postar um comentário