Sob a Lua dos Mortos Vivos a escuridão devasta o campo da visão humana e
iluminam-se histórias sobre terríveis vírus que devastam e sujam o Planeta com
sangue rápido e fresco; Ameaças nas profecias lendárias da volta dos mortos à
Terra, que caminharão tão frios e imortais quanto seus corpos putrefatos e seus
corações a procura de vida em outros humanos; E o medo de que as podridões ressurjam
dos túmulos para desequilibrar a raça humana que está desprovida de suas
próprias proteções, por viverem adaptando-se no foco supérfluo das aparências,
crescendo-se em uma frágil linha construída para proteger seus cheques morais.
Sob a Lua dos Mortos Vivos não mais há barreiras que separam nossa Esperança da
Morte. As realidades grotescas tornam-se verdades, e verdades quando misturadas
com a grosseria das destruições gratuitas, já não mais podem ser distinguidas
do fim de todas as coisas, por fim, deixando nossos corações, já vazios,
sem noções de limites ou ordem.
Sob a Lua dos Mortos Vivos estende-se uma fila corações que batem
desesperados por salvação. Procuram por salvação na hora do horror, pois o ato
de salvarem-se sozinhos nunca foi viável no mundo das relações. Passaram a vida
desconfiando de suas verdadeiras inteligências por ser mais curto o caminho
para confiar mais em alheios, que nem mesmo sabem para onde olhar. Nunca antes
foi preciso reconhecer, por ultima lei de sobrevivência, reconhecer a solitude
como a vida criadora que mantém toda a máquina-humana individual funcionando,
sem apoiar-se em outra.
Sob a Lua dos Mortos Vivos o Medo sai das profundezas da Terra e espalha-se
no ar, contagiando o campo da imunidade que o humano acreditou ter, rompendo os
laços da solidez mútua e forçando-o a respirar por mais uma vez antes de
encarar o provável e mortal desconhecido novamente.
Sob a Lua dos Mortos Vivos acontece tudo o que você não quer e não espera
por. Sua raça, amigos e familiares podem ser mortos e seus castelos comprados
com a vida inteira de trabalho inútil podem acabar desolados de manchas
vermelhas e nada habitáveis.
Sob a Lua dos Mortos Vivos são contados os mais amargos e mortíferos contos que
deixam os sensíveis ás emoções e cego ás ilusões de conforto, com os pulsos
paralisados, os olhos esbugalhados de uma tristeza precoce, e os lábios secos
de qualquer fé. Até que os contos terminem e finalmente possam respirar e
sentar-se em suas poltronas fofas mais uma vez, sussurrando para a sua agonia,
agora negada: "Está tudo bem, foi só um conto."
Sob os contos de possíveis devastações de horror, amenizam-se toda a dor do
cotidiano eterno, e dela brota-se a esperança para mais um dia de vida naqueles
que são desesperados por apoio e comoção; Naqueles que nunca estarão prontos
para enfrentar a presença da morte, pois falsamente nasceram fechando os olhos
para o dia em que ela chegará, por estarem ocupados demais comprando teorias
sobre a vida, segurando-se em conclusões inacabadas sobre suas próprias
futilidades, assegurando-se que tudo está bem enquanto seu físico permanece
intocado, e nada mais no mundo importa na hora da auto benevolente epifania.
Sob a Lua dos Mortos Vivos, os que estavam mortos ressurgirão para levarem
consigo o que já estão mortos em vida e mostrarem para a comunidade democrática que o que nela se foi assegurado, plantado, colhido e construido em mármore e papéis, não foi o suficiente para fazer dela uma boa história para ser a vitoriosa.
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