Eu li tudo de novo. Desde o começo.
Cada página disso aqui. Eu li tudo de novo.
Só pra ver o que mudou com a minha perspectiva. Só pra dialogar com meu eu do passado. Afinal, foi pra isso que eu criei isso tudo, pra interagir com o Pavani de Natais passados e ver o quanto eu cresci.
E cresci. E sei a resposta.
Uma cidade que não é minha, um nome que eu não conheço, o irmão que não está mais lá, o pai que nunca esteve, o amor platônico, o amor real, o ódio, a raiva, o sexo, o vício, a música, o som do silêncio, as noites acordado, os dias não vividos, o beijo na chuva, um rei sem coroa, o trono vazio, a melodia de uma máquina de escrever, o som do trovão, a vida em caixas, a apatia por aeroportos, o medo de voar, a vontade de fugir, a necessidade de voltar, o passado que não passa, o presente que não chega, o futuro que não existe. A rara beleza do discurso de quem nunca mais vai desistir.
Isso é tudo o que eu sou. Isso aqui é o que define cada pedaço da minha personalidade. No presente, sou a soma de tudo o que fui no passado, até mesmo dos pedaços que caíram no caminho.
A vida começa e acaba a todo instante.
Todo mundo muda. Mudamos o tempo todo, mas não mudamos nunca. A vida é isso, um discurso incongruente onde duas afirmações opostas são igualmente verdadeiras.
Preciso morrer pra nascer de novo. E lá vamos nós, mais uma vez.
Ainda tenho muitas histórias pra contar.
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