Minha mãe costumava dizer algo, sempre que me via como estou. E dificilmente as palavras dela podem estar equivocadas.
A frase que ela repetia sempre era: "Não podemos amar ninguém de verdade até termos amor próprio."
E sempre meu questionamento foi "Como posso me amar?". Nunca consegui. Mais do que isso, eu sempre me odiei. E me lapidei, para gostar mais de mim mesmo.
Porém nada disso deu certo, nunca funcionou, sempre era pior. Então fiz o contrário, há seis anos venho trabalhando pra me tornar o mais repulsivo possível.
Isso evitou que o que as pessoas digam ou pensem sobre mim me afete. Pois sempre vou me odiar mais do que qualquer um pode fazê-lo.
Agora percebi que toda minha raiva, todo meu rancor é de mim mesmo. E esse caminho é sem volta. Só tenho raiva de outras pessoas que me fizeram mal porque fui medíocre o bastante para tornar-me emocionalmente dependente delas.
Eu permiti isso. E só eu posso acabar com isso.
Não posso mudar o que sou ou como sou. O médico cria a monstro e não consegue mais matá-lo sem matar a si mesmo. Esse é o dilema.
Mas posso anular a importância e a dinâmica de cada relação através de um suicídio social.
E o primeiro passo é o desligamento gradual de tudo e todos que significam qualquer coisa. O afastamento de tudo que me mantém plugado a esse ciclo vicioso de amor e ódio. Assim evito as duas mãos do desapontamento.
O segundo passo é a desconstrução do ego e de qualquer outra expectativa. Assim, abandono o medo de falhar, o medo do julgamento, das consequências, da rejeição.
O terceiro passo é a busca de recursos materiais e financeiros para realização da obra.
O quarto passo é o isolamento social.
O quinto passo é a construção de um legado mais importante que minha existência em si. Com ele, posso ensinar alguma coisa às outras pessoas. Um auto-aperfeiçoamento necessário.
O sexto passo é o exílio, afastar-me fisicamente e mentalmente de tudo e de todos.
O sétimo passo é o fim do indivíduo em si. E a criação do ego ideal.
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