Todos seguimos a mórbida rotina nesse materialismo utópico. Escravizados pelos sonhos de consumo, correndo atrás de algo que nem ao menos está lá. Convivendo com pessoas que odiamos, aturando trabalhos que repudiamos.
E qual a recompensa?
Sorrir "feliz" com o poder de consumir coisas que nunca precisamos possuir. Construir uma família que janta junta em silêncio, junta e solitária ao mesmo tempo. E passar o mesmo valor para os filhos: trabalhar, perseguir o capital a vida toda, querer comprar o mundo sem entender que a felicidade nunca vai aceitar o seu cartão de crédito, a morte nunca vai checar sua conta no banco, a solidão jamais se importará com a marca das suas roupas, do seu carro ou com o bairro onde você mora.
E todas as relações vão esvaziando-se de conteúdo. Sequestradas pelo egoísmo e possessividade do ser humano. A ganância nos faz crer que podemos ser "donos" de alguém. De outro ser humano, livre como eu e você.
Onde está a liberdade?
Silêncio na plateia, ninguém tem a resposta.
Nos dedos conto os que são apegados a valores e princípios. E mesmo entre essa minoria, poucos são os que serão fiéis a vida toda a esses mesmos princípios.
Superficiais e utilitaristas. Vivem de ostentações e falsas aparências. Ratos. Interesseiros, inescrupulosos, ardilosos. Todos jogam o tempo todo esse sádico esporte cujo objetivo é tirar proveito das pessoas e das situações além de alimentar o próprio ego.
Por favor, me tirem desse mundo, acredito que eu não sou daqui.
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
De novo, Sofia.
Então eu percebi que se não posso te fazer sentir remorso, ao menos te farei sentir inveja daquilo que sou: tudo o que você sempre quis, mas nunca vai conseguir.
Aqui estou eu, abraçando o mundo com toda a minha força, queimando essa chama de uma vez só, fazendo coisas que você nunca fará, visitando em lugares onde você nunca pisará.
Mas sabe o que pior? Saber que nada disso o trará de volta. Nem o dinheiro, nem o sucesso, nem a glória. Ainda sonharei com as linhas amarelas e o asfalto molhado, com o sangue sendo lavado pela chuva e com os olhos vidrados, congelados.
Mas pelo menos, vou dividir essa dor com você.
De longe, inveje a felicidade que nunca terá.
Esse sou eu, partindo pra qualquer lugar onde você não seja nada.
Aqui estou eu, abraçando o mundo com toda a minha força, queimando essa chama de uma vez só, fazendo coisas que você nunca fará, visitando em lugares onde você nunca pisará.
Mas sabe o que pior? Saber que nada disso o trará de volta. Nem o dinheiro, nem o sucesso, nem a glória. Ainda sonharei com as linhas amarelas e o asfalto molhado, com o sangue sendo lavado pela chuva e com os olhos vidrados, congelados.
Mas pelo menos, vou dividir essa dor com você.
De longe, inveje a felicidade que nunca terá.
Esse sou eu, partindo pra qualquer lugar onde você não seja nada.
terça-feira, 20 de agosto de 2013
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
The yellow line. A God in blue.
Start over again with those little things you do.
I'm on the right way this time and on the right time this way to erase it and begin again . And all these vices are leading us to find ourselves where we belong. On the right way i guess but you couldn't care less.
Something more than just young souls running through the rye.
And it kills me to know that we are less than we were even being exactly the same since we met. So just lead me. For the first time in your life lead me through this crooked yellow line.
And please miss me. I need to be found. I need to be needed. On the pitcher's mound you'll find me praying for a god in white and blue.
Asking for the little things that you do.
I'm on the right way this time and on the right time this way to erase it and begin again . And all these vices are leading us to find ourselves where we belong. On the right way i guess but you couldn't care less.
Something more than just young souls running through the rye.
And it kills me to know that we are less than we were even being exactly the same since we met. So just lead me. For the first time in your life lead me through this crooked yellow line.
And please miss me. I need to be found. I need to be needed. On the pitcher's mound you'll find me praying for a god in white and blue.
Asking for the little things that you do.
terça-feira, 13 de agosto de 2013
Tudo o que eu "esqueci" de dizer
Já com toda a casa dentro de caixas, ela encontraria o bilhete na porta de entrada. Ali no chão, dobrado, até mesmo amassado como se alguém o enfiasse por debaixo da porta do apartamento. Ela tavez abriria a porta para ver quem deixou o recado, mas sem sucesso. Ela olharia e já não veria ninguém.
Ela fecharia a porta e - pelo menos assim gosto de imaginar - voltaria para dentro carregando o bilhete com aquele olhar distante, aquele mesmo olhar que me sequestrava muitas vezes.
Desdobraria o bilhete com suas mãos cuidadosas, se esforçaria para ler meus rabiscos, mas reconhecendo naquele mesmo momento a minha caligrafia.
Seus olhos devorando minhas palavras no bilhete amarelado.
"A verdade é que ninguém deveria viver com as coisas que vimos. Mas ainda sim, estamos aqui.
Não é nada fácil acordar pela manhã sabendo que os melhores dias de nossas vidas já se passaram e não vão mais voltar. E por quê deveriam afinal?
Isso é tudo o que temos. Almas sem rumo, já longe de seu auge à beira da existência tentando entender coisas que nunca entenderemos de verdade. Embriagados pela culpa, encontrando mais dúvidas do que respostas.
A única coisa que peço agora é que continues em frente, não importa o que aconteça. Encontre, então, novos motivos. Qualquer motivo que te faça sair daqui. Qualquer motivo que te leve para qualquer lugar.
O que sobrou das nossas vidas pode se transformar em algo mágico.
E talvez, apenas talvez... nós possamos ver alguma coisa por entre as cinzas do passado. E eu espero ver você.
S. F."
Talvez, ela se emocionasse sem esconder as lágrimas como sempre fez. Talvez sentisse ainda mais raiva de mim. Talvez viesse correndo me visitar no inferno. Talvez.
Nunca saberei. Nunca enviei o bilhete.
Ainda vejo aquela linha amarela dividindo minha vida, me fazendo duvidar de tudo, me fazendo duvidar de todos. Me fazendo duvidar, principalmente, de mim.
E no final, cada qual com sua Sofia, cada qual com sua linha amarela.
Ela fecharia a porta e - pelo menos assim gosto de imaginar - voltaria para dentro carregando o bilhete com aquele olhar distante, aquele mesmo olhar que me sequestrava muitas vezes.
Desdobraria o bilhete com suas mãos cuidadosas, se esforçaria para ler meus rabiscos, mas reconhecendo naquele mesmo momento a minha caligrafia.
Seus olhos devorando minhas palavras no bilhete amarelado.
"A verdade é que ninguém deveria viver com as coisas que vimos. Mas ainda sim, estamos aqui.
Não é nada fácil acordar pela manhã sabendo que os melhores dias de nossas vidas já se passaram e não vão mais voltar. E por quê deveriam afinal?
Isso é tudo o que temos. Almas sem rumo, já longe de seu auge à beira da existência tentando entender coisas que nunca entenderemos de verdade. Embriagados pela culpa, encontrando mais dúvidas do que respostas.
A única coisa que peço agora é que continues em frente, não importa o que aconteça. Encontre, então, novos motivos. Qualquer motivo que te faça sair daqui. Qualquer motivo que te leve para qualquer lugar.
O que sobrou das nossas vidas pode se transformar em algo mágico.
E talvez, apenas talvez... nós possamos ver alguma coisa por entre as cinzas do passado. E eu espero ver você.
S. F."
Talvez, ela se emocionasse sem esconder as lágrimas como sempre fez. Talvez sentisse ainda mais raiva de mim. Talvez viesse correndo me visitar no inferno. Talvez.
Nunca saberei. Nunca enviei o bilhete.
Ainda vejo aquela linha amarela dividindo minha vida, me fazendo duvidar de tudo, me fazendo duvidar de todos. Me fazendo duvidar, principalmente, de mim.
E no final, cada qual com sua Sofia, cada qual com sua linha amarela.
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
Os Arsonistas
Seus nomes ecoavam pelas instalações abandonadas da antiga estação da Rua 13. Foi lá onde fizeram seu nome, foi lá onde colocam seu nome na história daquela cidade de uma maneira trágica e até mesmo macabra.
Os Arsonistas eram um pequeno grupo de vândalos liderados por um Primitivista psicopata que arrancava as unhas dos pés dos seus desafetos usando um alicate de bico. Sob sua batuta, a "orquestra" dos Arsonistas executava com perfeição a Sinfonia do Medo naquela cidadela.
Destruíam símbolos do consumismo como franquias de multinacionais, brigavam nos bares e esquinas, depredavam monumentos públicos e, principalmente, incendiavam carros ou lojas vez ou outra. E com latas de spray de tinta, deixavam sua marca nos muros e faixadas de prédios - "Arsonistas", em vermelho vivo ou preto.
A palavra, na verdade, nem sequer existe na nossa língua, foi um termo que eles criaram e tomaram para si. Os Arsonistas não passavam de seis ou sete garotos. O mais velho não tinha nem dezoito, o mais novo, quinze, mas eram temidos por toda a cidade.
Eram todos jovens de classe média, sem nenhum passado trágico. Não havia histórico de uso de drogas, de pobreza, nem traumas de infância como abuso sexual ou pais violentos. Os Arsonistas estavam revoltados pelo prazer de estar. Com sorriso nos rostos, atiravam coquetéis molotov nas faixadas das lojas de grife, fabricavam bombas caseiras com gelo seco ou ácido nítrico e explodiam portões de prédios públicos.
Os Arsonistas se sentiam completos causando o caos. Aquele era seu propósito. E a cada brasa brilhando na escuridão entre destroços de qualquer coisa que tivessem destruído, eles entendiam o verdadeiro sentido de viver. Sentiam-se pruficados, renascidos e renovados.
Uma metáfora para quem quer pensar, uma estória para as massas.
No final, estamos todos riscando fósforos em pedaços de estopa encharcados de querosene e incendiando nossas vidas pelo prazer de ver o fogo.
"8. Dos moradores de Israel,
(Zacarias 13:9)
Os Arsonistas eram um pequeno grupo de vândalos liderados por um Primitivista psicopata que arrancava as unhas dos pés dos seus desafetos usando um alicate de bico. Sob sua batuta, a "orquestra" dos Arsonistas executava com perfeição a Sinfonia do Medo naquela cidadela.
Destruíam símbolos do consumismo como franquias de multinacionais, brigavam nos bares e esquinas, depredavam monumentos públicos e, principalmente, incendiavam carros ou lojas vez ou outra. E com latas de spray de tinta, deixavam sua marca nos muros e faixadas de prédios - "Arsonistas", em vermelho vivo ou preto.
A palavra, na verdade, nem sequer existe na nossa língua, foi um termo que eles criaram e tomaram para si. Os Arsonistas não passavam de seis ou sete garotos. O mais velho não tinha nem dezoito, o mais novo, quinze, mas eram temidos por toda a cidade.
Eram todos jovens de classe média, sem nenhum passado trágico. Não havia histórico de uso de drogas, de pobreza, nem traumas de infância como abuso sexual ou pais violentos. Os Arsonistas estavam revoltados pelo prazer de estar. Com sorriso nos rostos, atiravam coquetéis molotov nas faixadas das lojas de grife, fabricavam bombas caseiras com gelo seco ou ácido nítrico e explodiam portões de prédios públicos.
Os Arsonistas se sentiam completos causando o caos. Aquele era seu propósito. E a cada brasa brilhando na escuridão entre destroços de qualquer coisa que tivessem destruído, eles entendiam o verdadeiro sentido de viver. Sentiam-se pruficados, renascidos e renovados.
Uma metáfora para quem quer pensar, uma estória para as massas.
No final, estamos todos riscando fósforos em pedaços de estopa encharcados de querosene e incendiando nossas vidas pelo prazer de ver o fogo.
"8. Dos moradores de Israel,
dois terços morrerão;
só um terço sobrará com vida.
9. E estes que sobrarem eu farei passar pelo fogo.
Eu os purificarei como se purifica a prata
e os refinarei como se refina o ouro.
Aí eles orarão a mim,
e eu os atenderei.
Direi: ‘Vocês são o meu povo’,
e eles responderão: ‘O Senhor é o nosso Deus.’ "
(Zacarias 13:9)
sábado, 3 de agosto de 2013
Minimalismo
Cada traço, cada vírgula, cada suspiro.
A cada janela, a cada sacada, a cada cortiço.
A cada gole da bebida, a cada cicatriz escondida.
Cada pequeno detalhe de tudo.A cada janela, a cada sacada, a cada cortiço.
A cada gole da bebida, a cada cicatriz escondida.
Cada pequeno pedaço de nada.
Só isso nos pertence.
No fim de tudo, as coisas pequenas são as mais importantes.
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